Procura-se abordar apenas um tópico das obras- de suporte – o de túneis em terrenos brandos, escavados com escudo – por ser pouco tratado na literatura e muito pouco difundido em Portugal, embora com um evidente interesse técnico-económico em áreas urbanas. Restringe-se o relato às recentes tendências na previsão da es tabilidade da frente da escavação e à previsão das deformações provocadas pela execução do túnel. Divulgam-se métodos expeditos, quer para avaliação da estabilidade da frente de escavação, quer para a previsão dos assentamentos máximos na superfície do terreno. Apresentam-se expressões recentes que permitem estimar facilmente as deformações provocadas pela construção. Discute-se a importância dos modelos de comportamento dos solos e, em particular, do percurso das tensões na seccção dos parâmetros apropriados para caracterização dos solos. Refere-se a importância da “qualidade” da construção na previsão dos deslocamentos, nomeadamente dos efeitos: dos deslocamentos radiais na adaptação à folga entre a superfície escavada e o revestimento; à injecção de preenchimento da folga e à consolidação do terreno perturbado em tomo do túnel. Discutem-se as limitações dos modelos matemáticos de comportamento dos solos. Apresenta-se o exemplo de cálculo de um túnel, pelo método dos elementos finitos, usando um modelo elasto-plástico com amolecimento, e anisotropia para mostrar a potencialidade deste processo de dimensionamento na concepção e escolha do método de execução. Tiram-se conclusões gerais sobre as limitações existentes na previsão das deformações em obras de suporte.