O circuito hidráulico é constituido por duas tornadas de água, curtas galerias e poços em carga com 240 metros de altura, seguidos de duas galerias blindadas que, passando pela câmara de válvulas esféricas, levam à central, a 350 metros de profundidade; a restituição é feita por dois ramais que, atra­vessando a câmara de válvulas borboleta, entroncam numa galeria de 4901 metros de comprimento e secção circular de 8,30 metros de diâmetro. A partir das to­madas de água, o circuito atravessou, em dezenas de metros, corneana com do­bras apertadas NW-SE, depois granito médio a grosseiro de duas micas em cerca de 1700 metros e, até final, granito porfiróide grosseiro de duas micas (3466 m). Trata-se de maciço com permeabilidade inferior a 1 Lugeon, no geral a partir de 70-75 metros de profundidade, havendo correspondência bem definida entre os estados de conservação dos granitos e da corneana e os valores do módulo de deformabilidade e da tensão de rotura; e, no maciço, os valores da tensão vertical são similares aos resultados do peso próprio. O zonamento do maciço foi feito com base no conjunto destes parâmetros e na geologia previu-se que a caverna da central, as câmaras de válvulas e a chaminé de equilibrio seriam escavadas em granito bem conservado, o que foi confirmado por ensaios STT e SFJ conjugados com testes geofisicos, e, posteriormente, pelas escavações e resultados obtidos de extensómetros múltiplos e medidas de convergência. Compara-se a escavação final com a prevista. Na maior parte do traçado, em rocha sã, pouco permeável e de comportamento auto-portante, o re­vestimento foi de anel simples de betão; nas restantes zonas, o revestimento foi executado em betão armado e com percentagens de armadura em função das caracteristicas geotécnicas. Na zona envolvente do anel de revestimento foram feitas injecções-de cimento.