O crescimento demográfico nas cidades é responsável pelo aumento do número de novas construções e, em consequência disto, terrenos com baixa resistência e grande compressibilidade, como solos moles, têm sido cada vez mais ocupados. Presentes ao longo da costa litorânea brasileira, os solos orgânicos moles representam verdadeiros desafios para os engenheiros geotécnicos. O objetivo deste trabalho é modelar numericamente, em duas dimensões, a construção de um aterro sobre solo mole executado com fases de espera por meio do uso do modelo constitutivo elástico. Para tanto, é considerado um aterro no Complexo Portuário em Ipojuca-PE. Na discretização do domínio, elaborou-se uma malha de elementos finitos do tipo não-estruturada com elementos triangulares, totalizando 18.193 nós e 35.911 elementos. Foram estimados recalques na ordem de 13 cm e deslocamentos horizontais máximos de 49 mm, em que este segundo ocorreu no solo mole logo abaixo do talude em trecho com menor confinamento. Além disso, a modelagem indicou as variações de tensões e vetores resultantes de deslocamento após a construção das 04 camadas de aterro, apresentando, no trecho menos consolidado, uma superfície potencial de deslizamento. Apesar das estimativas serem inferiores aos valores comumente aferidos em campo, devido a análise ser elastica-linear, o caso em estudo teve êxito, uma vez que, de maneira geral, o comportamento do material foi semelhante ao identificado em pesquisas realizadas em aterros experimentais instrumentados.
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