A biocimentação consiste em adicionar bactérias específicas e não patogénicas aos solos para produzir carbonato de cálcio (biocimento). Quando produzido em quantidade suficiente, o carbonato de cálcio forma ligações entre as partículas, com aumento de resistência e de rigidez do solo. Sob carregamento ocorre a rotura progressiva destas ligações e consequente diminuição da resistência e rigidez do solo. No caso-limite em que há rotura de todas as ligações considera-se que o material tem comportamento idêntico ao do material não tratado por biocimentação. Neste trabalho apresentam-se os resultados da simulação de ensaios edométricos realizados em amostras saturadas de um solo arenoso tratado por biocimentação. A simulação foi efectuada usando um modelo constitutivo elastoplástico definido para materiais estruturados tendo como base o modelo Cam Clay, que considera o estado destruturado como a situação de referência e um parâmetro que simula a presença destas ligações. Este parâmetro é reduzido durante o carregamento devido à rotura progressiva das ligações, simulando dano. Neste estudo foram adoptadas duas definições diferentes para este parâmetro, nomeadamente: (i) uma definição numérica, usada para rochas brandas, (ii) uma definição considerando explicitamente a presença e o número de ligações. Ambos os casos são capazes de reproduzir o comportamento do material biocimentado. A calibração do modelo é discutida para as duas definições, sendo mais simples para o caso (i), mas mais realista para o caso (ii).
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