A indústria extrativa e transformadora de calcários e mármores ornamentais tem particular expressão em Portugal. Os principais núcleos extrativos de mármores localizam-se no triângulo do mármore formado pelos concelhos de Estremoz, Borba, Vila Viçosa. Por sua vez, a extração de calcários tem maior expressão no Maciço Calcário Estremenho, abrangendo os concelhos de Rio Maior, Alcobaça, Porto de Mós e Fátima. Devido ao grande número de pedreiras e serrações e atendendo às técnicas utilizadas e aos elevados padrões de qualidade exigidos aos produtos finais de pedra natural, levam inevitavelmente à produção de desperdícios pétreos e lamas carbonatadas, estas últimas, vulgarmente denominadas de “natas”. O Departamento de Geociências da Universidade de Évora, atendendo à proximidade com a Zona dos Mármores, implementou uma linha de investigação que estuda o potencial destes desperdícios como matérias-primas em aplicações industriais. O projeto Calcinata (Projeto de I&dt Empresas em Copromoção) é o mais recente projeto a explorar este potencial. Pelas suas características físicas e químicas as “natas” possuem forte capacidade de ligação com resinas permitindo a utilização como matéria-prima em argamassas para a produção de compósitos de origem pétrea de base mais sustentável. Os fragmentos rochosos amontoados em escombreiras são contrastantes com a paisagem circundante pelo que o seu aproveitamento como matéria-prima deve ser implementado, por exemplo, na produção de agregados e outros produtos de base carbonatada em indústrias que incorporem este tipo de material.
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