A construção de aterros sobre solos muito compressíveis está normalmente associada a problemas de estabilidade e de deslocamentos de elevada magnitude, tanto verticais como horizontais. Uma das técnicas que se pode utilizar para reduzir a magnitude dos deslocamentos e aumentar a estabilidade consiste na melhoria das propriedades mecânicas do solo de fundação pela adição de ligantes, processo este designado por estabilização química. Quando este material compósito é submetido a um carregamento cíclico há mudanças no comportamento do material que precisam ser conhecidas e caracterizadas. Para aumentar o conhecimento científico do comportamento geomecânico dos solos estabilizados sob ação de carregamento cíclico, foram realizados uma série de ensaios de resistência à compressão não confinada (UCS), previamente submetido à solicitação cíclica, fazendo-se variar a tensão deviatórica inicial aplicada na etapa cíclica (15%, 50%, 65% e 85% da resistência à compressão não confinada, qumáx). Os resultados foram analisados em termos de deformação plástica permanente, da evolução da energia de deformação elástica e plástica e de resistência à compressão não confinada. Observou-se que o aumento da tensão deviatórica inicial induziu um aumento da deformação plástica acumulada, uma redução da energia elástica e um aumento da energia plástica, devido à degradação da matriz cimentícia. A resistência à compressão não confinada em proveres submetidos a carregamento cíclico foi praticamente constante em todos os casos após o, sendo este valor maior do que o obtido com carregamento monotónico.